IRMÃO DOMINGOS VALZACCHI (1868-1945)


(77 anos)

Domingos Valzacchi foi o primeiro Irmão estigmatino a chegar ao Brasil, com os padres Henrique Adami e Alexandre Grigolli, aos 2 de dezembro de 1910.

Nasceu em Artegna aos 07 de abril de 1868. Quando jovem estudou no seminário diocesano. Entrou para a Congregação com mais de 30 anos, em Verona, aos 08 de junho de 1900. Dizia que parou de estudar por causa do jejum obrigatório, pois em cada quaresma, devido ao jejum, esquecia o que conseguira aprender anteriormente.

Fez o noviciado em Verona em 1900, a primeira profissão em Trento, aos 18 de novembro de 1901 e a profissão perpétua em Verona no ano de 1905.

A morte tirou-o do convívio dos padres e dos irmãos a quem ele tanto amava na tarde do dia 17 no belo do mês de Maria, em 1945, com 44 anos de vida religiosa. Faleceu em Casa Branca onde foi sepultado. Em 1985 seus ossos foram removidos para o nosso jazigo de Campinas-SP.

No cargo de sacristão, que exerceu por quase toda a vida, mostrava seu amor à igreja, mantendo-a sempre limpa e o altar bem cuidado. À noite, quando fechava a igreja, permanecia sozinho, por quase uma hora, em adoração ao Santíssimo Sacramento. Em qualquer momento livre do dia, achava-se ele aos pés do sacrário, seu lugar predileto para a oração. Foi um verdadeiro modelo de irmão Estigmatino, imbuído de zelo, de piedade e de amor à Congregação.

Era de caráter forte, severo, áspero. Muito bom para viver em comunidade; piedoso e trabalhador; muito simples; espirituoso e de grande disponibilidade.

Conhecia muito a Sagrada Escritura, gostando sempre de aplicá-la em suas conversas. Sabia muito bem o catecismo. Muitas vezes, quando interrogado, corrigia os sermões dos padres.

Sua vida foi um trabalho contínuo. Aproveitava de tudo para ser prestativo a todos. Transformava o inútil e o estragado em coisas úteis e aproveitáveis. Trabalhou com verdadeiro zelo missionário em Tibagi, estado do Paraná, onde passou a maior parte de sua vida como irmão, companheiro de Pe. Ferrúcio Zanetti em viagens apostólicas no meio de caboclos e índios do sertão.

Cultivou grande amor à virtude da pobreza. Considerava uma falta encontrar um simples pedaço de metal pelo chão.

Foi muito difícil convencê-lo a ir ao alfaiate para fazer um terceiro terno, pois ele achava que dois eram suficientes. Os Irmãos em seu tempo não usavam batina.

Quando renunciou à herança dos sobrinhos, estes não lhe escreveram nunca mais. Comentou: "Quem quiser receber cartas deve conservar a propriedade até o fim da vida".

Muito desprendido dos bens da família, recebeu, em certa época, uma carta dos irmãos consultando-o sobre a herança. Ele respondeu: "Vocês têm Moisés e os Profetas. Nem que um morto ressuscitasse resolveria o problema. Eu estou morto. Resolvam vocês".